O transtorno de personalidade histriônica é caracterizado por um padrão de comportamento excessivamente emocional e dramático, que busca chamar a atenção dos outros. As pessoas com esse transtorno tendem a ser sedutoras, manipuladoras, impulsivas e superficiais. Elas podem ter dificuldade em manter relacionamentos estáveis e satisfatórios, pois se entediam facilmente e precisam de constantes elogios e aprovação.

Alguns exemplos de comportamentos típicos de pessoas com transtorno de personalidade histriônica são:

- Vestir-se de forma provocante ou inapropriada para o contexto, a fim de atrair olhares e comentários.

- Exagerar nas expressões faciais e gestos, falar alto e usar uma linguagem dramática para se fazer notar.

- Flertar ou insinuar-se sexualmente para pessoas que não são seus parceiros românticos, mesmo em situações impróprias ou indesejadas.

- Fazer cenas de ciúme, raiva ou tristeza para manipular os sentimentos dos outros ou para evitar o abandono.

- Inventar histórias ou mentir sobre si mesmo para parecer mais interessante ou vítima de alguma injustiça.

- Depender excessivamente da opinião dos outros para tomar decisões ou se sentir bem consigo mesmo.

- Ser facilmente influenciado por modas, tendências ou grupos sociais, sem ter uma identidade própria ou valores consistentes.

- Ter dificuldade em lidar com situações que envolvem frustração, crítica ou perda, podendo reagir com raiva, depressão ou comportamento autodestrutivo.

As causas do transtorno de personalidade histriônica não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que possam envolver fatores genéticos, ambientais e psicológicos. Alguns estudos sugerem que pessoas com esse transtorno podem ter uma maior suscetibilidade biológica ou neurológica para desenvolver um comportamento excessivamente emocional e dramático. Além disso, eventos traumáticos na infância, como doença, abuso, morte ou divórcio dos pais, podem contribuir para o surgimento do transtorno, assim como atitudes autoritárias ou distantes dos cuidadores. Esses fatores podem afetar a autoestima, a identidade e a capacidade de relacionamento das pessoas com transtorno de personalidade histriônica.

O tratamento para o transtorno de personalidade histriônica é baseado principalmente na psicoterapia que pode ser individual ou em grupo. A psicoterapia visa ajudar a pessoa a reconhecer e modificar seus padrões de comportamento, emoção e pensamento, além de desenvolver habilidades sociais, autoestima e autocontrole. A psicoterapia pode ser de orientação psicodinâmica, cognitivo-comportamental ou dialética comportamental, dependendo das necessidades e preferências de cada paciente.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar sintomas associados ao transtorno, como ansiedade, depressão ou impulsividade. Os medicamentos mais usados são os antidepressivos, os ansiolíticos e os estabilizadores de humor. Os medicamentos devem ser prescritos e acompanhados por um psiquiatra.

Em alguns casos, pode ser útil também a realização de terapia familiar, para envolver os familiares no processo terapêutico e melhorar a comunicação e o apoio dentro do ambiente familiar.

O tratamento do transtorno de personalidade histriônica pode ser longo e desafiador, mas é possível obter melhorias significativas na qualidade de vida e nos relacionamentos das pessoas afetadas